18/06/2021
por Nicole Sourient
Em tempos estranhos é preciso se mover e se comover.
O mundo em movimento é algo que me move
A falta de sonhos é algo que me comove
Criança sem dente, uma flor amarela que brota no meio do asfalto, chuva de verão, receitas rápidas e abraços quentes me movem.
Um banguela sem sorriso, a impunidade, a falta de afeto e os dias cinzas, meia rasgada no dedão e o choro silencioso no biarticulado me comovem.
Existem dias que minhas pernas me movem, noutros é o coração. Eu prefiro os dias onde o coração rasga o peito, sabe? Tem dia que é silêncio, tem dia que é poesia, tem dia que o silêncio é a poesia ou a poesia vira silêncio.
Estar em movimento, contemplar tudo que é belo (e tudo que embora não pareça, também possa ser belo) também me comove.
Entre mover e comover duas letras
Entre mover e comover, eu (reticências)
Um desembaraço de fios e meadas, nós.
Nós mesmos e a gente se movendo e se comovendo.
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