14/04/2021
por Thays Teixeira
Era verão de 2020 e naquela noite de fevereiro fez muito calor. Não só porque estava quente em Curitiba, uma raridade, mas porque o encontro com o Hique foi para acalorar o coração. Com a generosidade de quem deixa sua casa, sua guarida para revelar sua potência - na leitura de mundo e no domínio artístico da linguagem - Hique nos trouxe questões profundas.
Hique comove e nos move. Tem um jeito gostoso de falar, bom de ouvir e veio para dividir uma experiência vasta dentro do CAPS com arte. Neste caso, partilhar sua atuação como professor/oficineiro. E conversamos sobre o caminho que vivenciou e os que tínhamos pensado até ali, promovendo outras inquietações.
Para Hique, a aproximação é o caminho da cura. E para nós, essa aproximação entre a palhaçaria e a saúde mental existe para, além da cura, criar vínculos, não pelo tempo, mas pela visceralidade do encontro. Precisamos dessa cura: palhaças, palhaços, artistas, usuários CAPS, profissionais, equipes, familiares e acompanhantes.
No ofício da palhaçaria é preciso ouvir, entender, ter prontidão, exercitar, estar sensível e presente, o tempo todo. E assim estivemos ouvindo sua experiência, suas histórias e memórias.
Daquele encontro, lembramos do bolo de churros e café que tomamos suando. As memórias passam e além do bolo delícia, lembramos sobre a importância de buscar o recomeço, todos nós, em um mesmo tabuleiro.
HIQUE VEIGA é ator, palhaço e advogado. Atua como palhaço desde 2007. É integrante da Trupe da Saúde desde 2009 como palhaço e, desde 2013, como coordenador artístico e palhaço. Tem formação em Psicoterapias Corporais pelo Instituto Reichiano. Desenvolveu trabalho e pesquisa de desenvolvimento pessoal através de exercícios de consciência e expressão corporal, de teatro, palhaçaria e da arte do brincar, aplicando com adolescentes internados por atos infracionais, usuários de CAPS e público em geral. Ministra oficinas e curso na área de Teatro e de Palhaço.
Acompanhe: @hiqueveiga
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