12/04/2021
por Nicole Sourient
Samuel chegou para nós como uma onda sonora (dessas que viajam depressa e a gente não precisa ver de perto para saber que existem). Nossas frequências sintonizaram de cara a mesma batida e , no frio de agosto, nos movimentamos juntos.. Para ele, atuar na saúde mental como educomunicador é questão de escuta. Para nós, palhaços e palhaças, também.
Samuel é sujeito orgânico. Desses que se movimentam puxados pelo ponto médio entre o estômago, o coração e a razão. Desses que nos abismam ao percebermos como e quanto se desabam pelos vales da vida.
Seu trabalho na saúde mental hibridiza comunicação e educação e é por esse cruzamento que encontra a arte. Reticentes que somos, acreditamos também que a comunicação e a arte caminham juntas, não presas, de mãos dadas, mas conversando pelos caminhos, trocando figurinhas, memórias, afeto e respiro.
Samuel trás com muita força as ideias de escutar, sentir e fazer do processo da arte na saúde mental. “Escutar é preciso!” - ele diz (e nós concordamos). Escutar é preciso. Não uma escuta rasa e leviana. É preciso exercitar a escuta com os ouvidos, os olhos e o peito aberto, sobretudo nos caminhos da saúde mental.
Que possamos estar sempre de ouvidos atentos!
SAMUEL RABAY é músico, educomunicador e artivista. Cursou comunicação social na Universidade Federal de São João del-Rei, trabalhou com jornalismo cultural e atualmente se dedica a projetos educomunicativos na área da saúde mental, em instituições psiquiátricas públicas. Utiliza a educomunicação para misturar artes, mídias digitais e educação, fazendo um trabalho que busca fomentar o protagonismo dos participantes. De sua ação nos hospitais, retira elementos sonoros que utiliza nas suas produções musicais e, em suas criações mais recentes, procura questionar os limites entre arte e loucura.
Acompanhe: @educomsaudemental @rabay.br
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